O desenvolvimento técnico-científico na área da medicina, tem permitido prolongar cada vez mais a esperança de vida da população portuguesa, assim, como uma ilusão de encarar a vida quase como um bem interminável pela rapidez de diagnóstico e de tratamento das doenças.
No entanto, este envelhecimento demográfico e as várias alterações em saúde, resultam noutros problemas como doenças oncológicas, SIDA, doenças neurológicas degenerativas, insuficiências avançadas de orgãos (respiratória, cardíaca, e outras), contribuindo para a existência de um vasto grupo de doentes crónicos, que padecem de grande sofrimento físico, psicológico, familiar e social, além de elevada dependência, sendo que, para estes, o objectivo da cura não é plausível.
Este tipo de doentes, cada vez mais frequentes na nossa prática diária, têm necessidades complexas, que exigem dos profissionais de saúde investimento e preparação científica e humana para prestar cuidados de qualidade.
O cancro está entre as três principais causas de morte em Portugal. Apesar de as taxas de cancro da cabeça e pescoço terem vindo a baixar nos últimos 20 anos, as agências de saúde nacionais prevêem que este ano serão diagnosticados cerca de 1000 novos casos. Há vários factores que podem diminuir a mortalidade do cancro oral e da cabeça e pescoço, como os rastreios de cancro oral, o diagnóstico precoce e tratamento e a identificação e tratamento de patologia oral pré maligna.
Conhecer as características clínicas e estabelecer um diagnóstico anatomopatológico e conhecer os protocolos de diagnóstico e tratamento do cancro oral permite ao médico dentista referenciar e/ou tratar os doentes com patologia oral pré maligna ou cancro oral e aumentar significativamente as taxas de cura e de intervalo livre de doença.